Luar

A lua parecia que não queria nada com o mundo. Parecia que estava ali, só porque era preciso estar ali.
Ao caminhar pelo jardim, sob o luar daquela forma estranha de iluminar o céu, senti-me só e zangado com o mundo, queria parti-lo em mil pedaços e construir um novo, mesmo á minha maneira.
Pensei nas injustiças que minam os bons costumes e parei.
Poderei sozinho lutar contra tamanho monstro e sorrir?
Basta tentar e esperar que o destino esteja distraido, a pregar das suas bem longe daqui.
Desenhei uma figura, que mais parecia a minha alma dorida a enfrentar os meus demónios diários.
Nada bonito de se ver.
Então a figura cresceu e tornou-se viva. Atormentou-me durante algum tempo e eu até gostei.
Desenhei outra figura, desta vez parecida com o amor que tenho para dar, que também cresceu, elevando-se nos ares e engolindo a outra, iluminou aquele pequeno lugar onde estava e mostrou-me que existem tantas coisas pelo qual vale a pena lutar e viver.
Timidamente sorri e senti-me envergonhado, pois a lua estava ali, só porque era preciso estar ali.